Resquícios do contentamento
Cá está um novo tributo, sem grandes rodeios ou palavreados. Um reflexo da luz que vi, do calor que senti, do azul que bebi. Um agradecimento pela existência de um pilar cada vez mais sólido da minha frágil construção humana.
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Apercebi-me que estava livre: não havia sombras, túneis ou obstáculos a meterem-me medo, a velocidade era nula, as baterias estavam a carregar. Pelo menos ali e por aqueles momentos, estava livre. De novo e felizmente, pois momentos destes têm-se repetido um pouco ao longo de quilómetros e quilómetros percorridos em paz e alegria.
Eis a luz. Vi-a de dia, e estranhamente ela não se escondeu pela noite. Ela baralhou-me e trocou-me todas as voltas. Não dormia, não pensava, sentia apenas parte. Percorri estradas que não eram dignas desse nome. Lutei com águas rebeldes ao mesmo tempo que via a paz no alto mar com seus serenos habitantes. Subi a montes gélidos e desci às profundezas do fogo apagado. E no entanto as muralhas centenárias da fortaleza defenderam-me bem antes da minha existência. Porque não o haveriam elas de continuar a fazer? Muito me revelaram elas, sólidas rochas no seio das águas frias, quentes pedras aquecidas pelo sol de todo o dia.
Virei o disco, aliás troquei o disco. Faço o esforço para abandonar o registo monótono, monocórdico, triste, pior que tudo cinzento e sério. Não que tivesse nascido de novo, nada disso pois não acredito muito em coisas transcendentais. Mas acho que a mudança por muito pequena que seja exige esforço e trabalho, sacrifício e alguma dor. Sofri-a e aprendi a lição. Venha um novo capítulo, ou até um novo livro, pois o anterior está definitivamente encerrado.
Foi dia de Reis, e que haja mais assim. Obrigado Amigo.
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